sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eu que tanto gosto de afirmar ser forte e impenetrável, que não lhe amo mais, que um cigarro e um copo de leite noite adentro me fazem esquecer seu nome... Eu que afirmo estar bem ando perambulando pela casa horas na madrugada, como sempre fiz. Ando esquecendo compromissos, ando me olhando no espelho e nada mais que uma carcaça quase bem cuidada aparece nele.
Alma, sinto muito por lhe vender por tampouco quanto uma imagem. Que eu ainda sinto meus pulmões cada dia mais sem vontade de trabalhar. Que escrevo com uma dor de cabeça, um saque de chá e remédios ao lado. Agora que só anseio a partir desta fria fase. Fase fria de noites uivantes e ventosas. O céu não me vem mais azul claro, ou, azul escuro... Nem mais como preto ele se mescla ao por do sol com o vermelho, seu vermelho, lembro nesses dias das veias ao seu modo de falar, modo de me tratar. Deixo lembranças, rego solidões e coisas pessoais ao meu interesse pessoal. Meu animo é tão contagiante quanto à música que cantará para ninar, agora, tudo cá dentro de mim parece acuado e juntinho tão juntinho quanto aquele arroz para sushi. Digo que sinto em estado de espírito mutativo, pois ele não sabe se quer aquele, aquilo ou isto. Preto ou branco. Solidão ou multidão. Você ou eu.
Meus olhos fecham de cansaço
Quero me reerguer mais estou em pedaços
Não consigo mal pensar.
Até meu cérebro foi corrompido
Vejo um céu um chamas
Uma vida de glórias absurdas
De almas canhotas.
Agosto mês do desgosto, não?
Tantas coisas perturbantes, batucantes, desordenadas e acabadas.
Coisas, pessoas, maquinas, vidas que deviam ser perfeitamente perfeitas.
Nada é perfeito.
Sonhos apagados por nuvens negras e cheirando a vitória.
Parece que o vermelho-sangue é o novo azul-céu.
Ainda estou rastejando neste chão.
Pensam que até falha por fora, mas o foi mesmo o interior que não agüentou.
Interior cheirando a mofo e a naftalina para tentar disfarçar.
Ainda que consiga sorrir, de dor.
E derramo sangue ao me ajoelhar neste chão onde rastejei,
lembrando de memórias imemoráveis.
Tem uma parte de em decomposição dentro de mim, uma parte deplorável.
Mais, que o céu caia.
Reze por mim, por você, por nós.
Pagaremos por todos e com juros.
E quanto um vale um quase em tempestades de não e pipas de sim.
Um vale bebida ou uma vale refeição naquele barzinho ao lado talvez.
E um ‘me importo’ quando não importa o lhe ‘importo. ’
Quando um importa o menos essencial, mais paranormal.
Cabeça palpitante durma serena e pare com esta mania de não me deixa adormecer calmamente!
Vire-se, cubra-se, e durma com os anjos e se preferir comigo.
Pois é bom ser sonhadora quanto realista.

Deixe que diga!

Modéstia a lado seu que sou melhor, sou louca consciente, sei o que faço e como sei. Acho que deve ser complexo ser simples mortal, talvez quiser-se ser eu por tanto querer me expor. E como gosta de me expor. Como pode um ser ­(que acho eu) racional e ter uma vida, -acho que- uma alma perde-se por outra vida, teoricamente perde-se, procures em ti algo bom, deixe o meu dom que talvez tanto pro mal, tanto para o bem... Meu. Perda-se em ti alma desalmada, não blasfemai meu nome em vão. Tenha coração ou apenas compaixão. Oh! Quase ser racional, raciocine viva, junte figurinhas e masque chiclete se possível sem pensar em achar um modo a me ferir ou como eu faria. Acho que devo lhe dar uma luz, por tal dó que sinto, mas meu dom agora sublinha o lado escuro, meus pêsames mortais para contigo então, ignoro para teu castigo.
É algo que quero para depois, algo que não tenho pressa; não agora. Quero para os dias em que o sol brilhe sem nos queimar; que brilhe, brilhe como nunca antes e de noitinha chova, chova, mas não essa chuva ácida que me minha pele faz ferida. Mas colocando a modéstia e o drama a parte, sei que tenho sorte. Apenas estou a poupando. Sei de tudo o que não se deve saber, acho que só sei apenas de coisas démodé.
Maldita seja tua pessoa que me faz alegrar de retardadice; e não sei por que alimentar-me mesmo sem procurar uma palavra bela dita a me disser.
Beleza; quem és tu que abita em lado deste maldito. Oh! Ilusória beleza.
Não quem sejas belo, não que seja. Ou seja.
Seja amarelo, seja marinho, azul-marinho, seja só, seja pó!
Ser para sempre fantasia. Maldita. Fantasia.
Ah! Mas se pudesse, juraria que lhe mataria, cortaria-o em pedaços geometricamente perfeitos e o serviria em uma bandeja de barro com espinhos bem venenosos ao meu ego. Lamberia os lábios e dormiria ao lado da bela depressão.